AFINCA • 08 de junho de 2015
A afirmação foi do ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante posse do novo diretor-geral do Instituto
Ainda em 2015, o Ministério da Saúde (MS) espera apresentar uma proposta definitiva de modelo de gestão para o Inca. A declaração foi feita hoje pelo titular do MS, Arthur Chioro, durante a posse do novo diretor-geral do Instituto, Paulo Eduardo Xavier de Mendonça, no HC I. Em nenhum momento foi dito, porém, qual será o papel do servidor do Inca no processo ou porque ele não foi oficialmente ouvido até agora. O cerimônia de posse não permitia perguntas da plateia.
Segundo Chioro, o novo modelo gestão (ora chamado de “modelo de governança” ou “modelo de cuidado” pelo ministro), ainda não está pronto: será construído envolvendo secretarias municipais e de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, hospitais universitários federais e a Fiocruz.
Para Arthur Chioro, com esses atores “não é possível que a gente não encontre uma solução”. Para ele, encontrar um novo modelo é uma necessidade porque estar simplesmente vinculado à administração direta não é adequado “a uma instituição com a complexidade do Inca”.
A posse foi marcada por simbolismos e serviu para dar muitos recados por parte do governo. Primeiro, foi demonstrado integração com a presença de secretários municipais e de Estado da Saúde do Rio de Janeiro, Felipe Peixoto, de diretores de hospitais federais, orientadores acadêmicos de gestores (inclusive do próprio diretor-geral), da Secretária de Atenção à Saúde, Lumena Furtado, e do diretor-geral dos hospitais do Rio Janeiro, José Carlos Moraes, o ”Cao”. Na plateia, a presença do presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, segunda instituição mais mencionada no evento depois do próprio Inca pelo ministro Chioro. Meia hora depois da posse de Paulo Eduardo, as especulações em torno do real papel da Fiocruz ganharam as discussões nos corredores do HCI.
Chioro deixou claro, porém, que não um projeto de esfacelamento do Inca e que soluções terão de ser encontradas no âmbito do SUS. De acordo com o que afirmou o ministro, é o tamanho e a complexidade do Inca que justificam a sua vinculação à administração direta. O ministro também admite que não é possível pensar o Inca sem o seguinte tripé: formação de pessoas (ensino), pesquisa e assistência.
Outro recado dado pelo ministério foi quanto a saída do ex-diretor do Inca, Luiz Santini. Chioro exaltou as qualidades do ex-diretor, sua qualificação e envolvimento com a causa do câncer. Depois pediu uma salva de palmas ao ex-diretor, que não esteve presente por alegados problemas de saúde na família. O MS quis dizer que a decisão da saída de Santini foi política, tanto que o próprio ministro anunciou que o ex-diretor pode ter um papel relevante como integrante na pesquisa do Inca.
Chioro também saldou a presença do presidente do Conselho Curador da Fundação Ary Frauzino, Marcos Moraes, para dizer em seguida que a FAF terá de repensar sua participação no Instituto enquanto fundação de apoio já que não pode mais contratar mão de obra para o Instituto.
Reinaldo Rondinelli, diretor em exercício durante o período de vacância, foi ovacionado, antes de passar a palavra ao novo diretor. Paulo Eduardo de Mendonça disse que reconhece “a importância loco regional e nacional do Inca”, além da relevância internacional da Instituição. “Essa enorme complexidade nos coloca em franco desafio”. Ele disse também que é preciso “desburocratizar os processos de regulação”, mas que a solução do Inca “será encontrada dentro do serviço público”.
A AFINCA enviará ofício ao diretor-geral solicitando uma reunião porque entende que as dúvidas do corpo funcional do Inca permanecem. E que outras dúvidas foram criadas. Aparentemente, os servidores têm muito com o que se preocupar com um futuro e consequências incertas para o Inca.