O INCA e a reforma ministerial

AFINCA • 22 de outubro de 2015

A presidente Dilma anunciou recentemente uma reforma em seu ministério, reduzindo de 39 para 31 o número de pastas. No entanto, a reforma ministerial não teve por objetivo melhorar a administração pública em suas diversas áreas. Prevaleceu, mais uma vez, o critério dos acordos políticos para contemplar os aliados do governo.

O mais grave é que a área da Saúde foi atingida em cheio, com a troca do ministro Arthur Chioro por Marcelo Castro, do PMDB do Piauí. Isso significa que o Ministério da Saúde, ao qual o INCA está subordinado, estará sob o comando de um dos partidos mais envolvidos em corrupção e toda sorte de desmandos na administração pública na história recente do país.

Diversas entidades e analistas do setor alertam para os riscos que esta troca pode representar para o Sistema Único de Saúde. O próprio presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), que teve entre seus financiadores de campanha a Bradesco Seguros, é autor do Projeto de Emenda Constitucional 451, que obriga toda empresa a fornecer plano de saúde privado aos seus trabalhadores.

No INCA já se fala na sucessão do atual diretor-geral, Paulo Eduardo Xavier de Mendonça, que deve permanecer no cargo até novembro. Não se sabe ainda quem assumirá em seu lugar, mas o que preocupa a todos é o destino do Instituto, diante da voracidade por cargos e verbas, além da visão privatista que prevalece, inclusive na área da saúde.

Pouco importa quem será o novo administrador, o fundamental é que política ele deverá implantar a frente do INCA. Daí a necessidade dos servidores permanecerem atentos, exigindo uma administração democrática, participativa e transparente, que fortaleça o Instituto como órgão de referência para o tratamento do câncer.

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