AFINCA • 30 de agosto de 2017
O Ministério da Saúde se prepara para fechar duas emergências ao atendimento geral e espontâneo. A primeira será a do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), que hoje atende cerca de 50 pacientes ao dia, 60% vindos da Baixada Fluminense. A unidade vai continuar a socorrer pacientes com matrícula no hospital, mas, fora isso, já se programa para receber apenas casos de cardiologia e cirurgia geral referenciados de outras unidades, como as UPAs. Já a transformação do Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, numa sexta unidade do Instituto Nacional de Câncer (Inca), atendendo apenas casos de oncologia, ainda está sendo discutida.
— A mudança na emergência do Bonsucesso já pode começar agora. O hospital tem equipe para otimizar isso. O paciente entra pela emergência e vai para o bloco cirúrgico. Teremos hemodinâmica de plantão. Não existe isso na rede pública do Rio. Para começar, vamos oferecer três cateterismos por dia no sistema de regulação estadual, cuja necessidade é de cerca de 15 por dia. Vamos qualificar a emergência — afirma o diretor do Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde no Rio (DGH/MS), Marcus Vinícius Dias.
Para o plano entrar em vigor no Bonsucesso, o diretor da unidade prepara um protocolo de atendimento. Outra questão são os oito leitos da unidade coronariana fechados — apenas seis estão abertos — desde a saída, no início do ano, de dez cardiologistas contratados por meio de um convênio com a Fundação Saúde, do governo estadual.
Para o presidente do Cremerj, Nelson Nahon, é preciso planejamento:
— Uma mudança como essa requer um novo perfil de profissionais na emergência, uma adequação na grade de medicamentos e insumos. Não se faz de uma hora para outra — afirma ele.
A emergência do Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, passará a atender apenas casos de oncologia caso a unidade passe a fazer parte do complexo do Inca Foto: Analice Paron/04.08.2017
Em Jacarepaguá, hospital de referência fica a 12 km do Cardoso Fontes
A mudança no atendimento das emergências dos hospitais federais vai impactar quem costuma procurar socorro nessas unidades. Mas se o Bonsucesso é cercado por dez unidades de urgência e emergência 24h, sendo que duas UPAs ficam a menos de 4 km de distância e o Getúlio Vargas, a 9,6 km, o Cardoso Fontes está localizado numa área bem menos servida desse tipo de atendimento. São apenas quatro unidades, sendo a de referência, o Lourenço Jorge, a 12 km de distância.
O Cremerj acompanha com preocupação a situação da população que deixará de ser atendida nas emergências:
— Para fechar uma emergência de porta aberta, é preciso antes pactuar com os governos estadual e municipal, preparar os hospitais do entorno e saber se eles têm capacidade de absorver essa demanda. Será que o Getúlio Vargas tem capacidade de absorver a demanda de uma emergência que fica às margens da Avenida Brasil? — questiona Nelson Nahon.
Nesta terça-feira, em Brasília, o diretor do DGH/MS, Marcus Vinícius Dias, se reúne com o ministro Ricardo Barros para tratar de questões técnicas do projeto de reestruturação da rede.
Leia na íntegra
Fonte: EXTRA ONLINE – 29/08/2017
Esta publicação tem caráter meramente informativo. Todos os artigos e notícias são de responsabilidade de seus autores e fontes, conforme citados acima no link, não refletindo necessariamente a opinião deste site.