AFINCA • 22 de dezembro de 2015
Em seu discurso de posse, proferido dia 16 de dezembro de 2015 no auditório do 8º andar do Inca, o novo diretor-geral do INCA, Luiz Fernando Bouzas, foi categórico e desmentiu que o Instituto esteja sendo privatizado. ”O INCA é e sempre será 100% SUS e não temos dúvida disso. Não descansaremos diante de qualquer ameaça para enfraquecer ou desmembrar esta instituição”, frisou Bouzas.
O novo gestor lembrou a importância do INCA, na medida em que o número de casos de câncer cresce na sociedade brasileira. De acordo com Bouzas, estima-se que o número de casos deve chegar a 1 milhão e 200 mil nos próximos dois anos e será a maior causa de mortes no país em 2020.
“Para enfrentarmos este desafio será imprescindível termos um INCA forte, ágil, com a devida autonomia e valorização dos servidores, dentre outros fatores”, ressaltou Bouzas. Para ele, são marcas da instituição combater sem trégua os fatores de risco para a doença. A pesquisa e o ensino fazem parte dos pilares fundamentais do INCA, apontou Luiz Fernando em seu discurso de posse.
Importância do INCA
De acordo com o novo diretor-geral, o INCA nunca fugiu ou se omitiu de sua responsabilidade histórica e hoje tem entre suas marcas 20 mil consultas/mês; 1.200 internações /mês; 3.650 atendimentos de quimioterapia; acima de 50% dos atendimentos no município do Rio de Janeiro e 1.500 alunos em todas as modalidades.
Luiz Fernando destacou ainda todo o trabalho desenvolvido pelo Instituto em formação e pesquisa, com a maior experiência em cirurgia robótica no Brasil e América Latina e o melhor programa de pós-graduação em oncologia do país, com nota de excelência, e ainda o melhor programa em iniciação científica do Brasil em dez anos pelo CNPQ.
O novo diretor-geral revelou que está honrado com o convite para dirigir o INCA, lembrou sua experiência profissional dentro da instituição e citou os momentos turbulentos com a extinção do INAMPS e da campanha nacional de combate ao câncer. “Nem por isso esmorecemos, sempre nas situações de dificuldade e carência encontramos soluções”, frisou Bouzas.
Entre os programas nacionais de maior destaque que tiveram participação decisiva do INCA nos últimos anos, Bouzas citou o de combate ao tabagismo, reduzindo o percentual de fumantes de 40% para 15%, e o de controle de câncer de colo de útero.
Diálogo e metas
O novo diretor-geral fez questão de enfatizar que conta com o atual Ministério da Saúde para alcançar as metas estabelecidas, e agradeceu o apoio do ministro Marcelo Castro e do secretário de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame, com a manutenção do orçamento de 2015.
Segundo Bouzas, o INCA voltou a ser ouvido, a ter diálogo e a participar da formulação da política de prevenção e controle do câncer. Para ele, esta política deve ser de Estado e não de governo. “Nos próximos anos não teremos facilidade, mas já estamos trabalhando com um Planejamento estratégico e de custos”, alertou.
Para Luiz Fernando, ao enfrentar as novas propostas e projetos será preciso o empenho de todos. “Como será o INCA que queremos” – questionou. “Com o atual modelo de gestão tememos o engessamento e a perda de agilidade da instituição diante de crises internas e externas”, alertou o novo diretor-geral.
Trabalhador é o maior patrimônio
De acordo com Luiz Fernando, discutir um novo modelo de gestão não significa privatização e sim a possibilidade de dotar a instituição de modernos conceitos de administração, ainda que no âmbito público e com todos os preceitos do SUS.
Bouzas frisou ainda que “o maior patrimônio do Inca é a sua força de trabalho, seus servidores, que só reforçam o respeito e o reconhecimento da sociedade para com a nossa instituição”.
O novo diretor-geral acredita que todos devem participar deste processo, incluindo servidores experientes e novos colegas. ”Vamos juntos em busca desta solução, com a construção e inauguração do novo campus, além da atuação no cenário nacional e internacional como instituição de referência”, concluiu.
Ao final, Luiz Fernando Bouzas agradeceu à família, aos colegas da equipe do CEMO, aos diretores e colegas, aos servidores do INCA, pacientes e familiares, ao secretário e ao ministro da Saúde.
A AFINCA cobrará o cumprimento de cada promessa feita na posse, mantendo seu compromisso de defender o interesse de seus associados, a permanência do INCA totalmente público e na carreira de ciência e tecnologia